quarta-feira, 13 de junho de 2012

Cabelos soltos ao vento...
Lágrimas nos olhos...
E um coração mais forte do que antes...

Mais uma dose por favor ?!

Boca aberta, olhos fechado. A expressão era de dor, mas havia o prazer de ter tudo o que queria. Sabia que estar ali sentenciava o que antes não cabia em métricas ou rimas. Um sorriso salgado era tudo o que tinha e escondia. Pelo caminho relógios e anéis, na cama uma vez aqueles pés que tão de longe se tornaram importante. Como quem tropeça em si mesmo, hoje é a cicatriz do que foi flor, hoje é plástico mas o cheiro da morte surge doce como quando enterrou sua avó. Traz consigo o cinza da tampa da tumba preciosa e o amarelo das rosas que aos poucos se confundiam com a terra marrom lentamente jogada sobre o dourado do caixão. Aos seus pés só restou a cera da vela comida pela chama. A boca continua aberta pela sede do vento que lhe falta, o ar parecia uma gigante pedra de gelo. Que difícil era respirar e sentir.