terça-feira, 20 de setembro de 2011

Minha alma canta blues

Em três semanas ela mudara muito. Não era a mesma pessoa.
Olhou pela janela. Com a certeza da rotina e do dinamismo da vida, o inverno continuava, gritando em silêncio sua grandiosa estadia, compondo nos jardins sua magnífica mensagem natural.
Saiu sem rumo, entrou no primeiro bar que encontrara, uma taberna na qual canecas de cerveja desapareciam com assombrosa facilidade.

Quarta-feira. Não gostava de quarta-feira.
Recordações e sensações incontroláveis despertavam nela. Eram os piores dias do ano. O rádio derramava enormes quantidades de canções estúpidas e só se falava em futilidade. 

Ela continuara sozinha, lembrando das coisas que lhe foram ditas por sua mãe.
Às vezes lembrava-se dela... Ou será que era apenas a sua imaginação, como tantas outras coisas?

Quem podia ouvir música com o volume baixo? Suspirou, indignada. .

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