sábado, 2 de julho de 2011

Gritos de guerra.

Aquela cidade repleta de presente e de passado e revelando um pouco do seu futuro.
Levantou-se a contragosto.

...não queria falar com ninguém. Procurava na solidão um refúgio para seus pensamentos, só isso. Odiava os elogios gratuitos, as palavras fáceis e as palmas corteses. Odiava o cinismo adulto e a hipocrisia barata.


''Não deixe ninguém mandar em ti e assim será respeitada''.


A dor atingiu todas as suas terminações nervosas.

Começou a golpear diversas vezes a parede com os punhos fechados, com toda a força, machucando-se, até que, ao apoiar a cabeça nela, conseguiu soltar, gemendo, os últimos demônios do seu corpo:

- Não veem que não sou como eles? Não veem que sou diferente?
E começou a chorar.

A decisão de toda uma vida nas mãos de uma resposta pronunciada a uma idade absurda.
Seria feliz vivendo uma existência aventureira, em contraste com a monotonia que imperava agora.

Era a primeira vez que suplicava, que utilizava termos como ''por favor'' ou deixava o seu medo transparecer.

''Nós vamos ser diferentes; já aprendemos a lição''.

Só a música valia a pena, tanto na vida como na morte.


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