segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Pela existencia

Ela andava pelo mundo à procura de encontros verdadeiros. Não de facebook, nem de coisas chiques, nem de estrelas nem mesmo de paqueras. Não queria encantos fortuitos, ou a pluma leve da espuma de champanhe que se esvaía assim que o copo terminasse. Não queria o abraço falso da festa onde todos se amam e são felizes, nem o encantamento falso de como eram todos inteligentes e legais e lindos mesmo até.
Às vezes ficava quieta, sem vontade de falar porque qualquer verbo soaria falso e desperdiçado diante de tudo o que ela era e sentia e não podia dizer à toa, porque se esvairia.
Ela andava à procura de um olhar para o qual ela dissesse sim e que esse olhar lhe respondesse que sim também e que então se dessem as mãos e soubessem, em silêncio, que sim. E então, naquela tarde, ela achou sim que naquela momento sob o sol, caminhava agora, nem que fosse por aquele instante,  junta. E ela, perplexa, acompanhava o andar do mundo que, como pode, continuava o mesmo. e, ainda assim, havia a intuição, profunda, de que algo fundamental mudava no universo inteiro, e um novo encaixe, talvez, talvez, estivesse sendo feito.

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